sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Lula evita responder sobre agressão contra Serra









BRASÍLIA - Ao contrário de ocasiões anteriores, quando deu declarações à imprensa para criticar a campanha do candidato à Presidência José Serra (PSDB), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quis falar nesta sexta-feira, 22, com os jornalistas depois de participar de cerimônia comemorativa do Dia do Aviador, na Base Aérea de Brasília. Perguntado se teria se precipitado ao afirmar que Serra teria sido atingido na quarta-feira, 20, por uma bolinha de papel, Lula sorriu, acenou e foi embora.
Novas imagens divulgas na quinta-feira, 21, à noite mostram que Serra foi atingido por outro objeto, mais pesado, além da bolinha de papel, que o presidente se referiu. Durante a cerimônia desta sexta-feira, foi lida mensagem presidencial em comemoração ao dia do Aviador. Nela, Lula enalteceu o trabalho das Forças Armadas e disse que, ao assumir a Presidência, constatou a importância do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Ele agradeceu também a presteza dos militares durante o seu mandato e fez um balanço das medidas que adotou para beneficiar as Forças Armadas. Entre elas, o aumento 'significativo' da infraestrutura, recomposição dos quadros, criação da estratégia nacional de defesa e reordenamento do Ministério da Defesa. No final da cerimônia, Lula posou para fotografias e permaneceu ao lado do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski.

Lula acusa Serra de mentir e simular agressão em tumulto no Rio

PORTO ALEGRE (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou nesta quinta-feira o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, de mentir por conta do que considerou uma simulação de agressão que teria sido feita por ele durante confronto entre militantes do PT e tucanos na véspera.
"A mentira que foi produzida ontem pelo esquema publicitário do José Serra é uma coisa vergonhosa. Passaram o dia inteiro vendendo que esse homem tinha sido agredido", disse Lula a jornalistas, após a inauguração do dique seco do Polo Naval de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
Lula contou que após saber do incidente entre militantes das duas legendas durante evento de Serra na zona oeste do Rio de Janeiro, chegou a pensar em entrar em contato com dirigentes do PT para que se solidarizassem com o tucano, mas mudou de opinião após ver imagens feitas pelo SBT.
A reportagem da emissora sobre o tumulto mostra o tucano sendo atingido na cabeça pelo que parece ser uma bolinha de papel. De acordo com a reportagem, cerca de 20 minutos depois de ser atingido, Serra recebe um telefonema e leva a mão à cabeça.
Segundo a assessoria de imprensa da campanha de Serra, o candidato do PSDB foi atingido por um "pesado objeto", sentiu-se mal e cancelou o restante dos eventos de campanha no Rio. O tucano foi levado para uma clínica onde fez exames e recebeu recomendação médica de repouso por 24 horas.
"Nenhum candidato, novo ou velho, tem o direito de mentir de forma descarada como o PSDB fez ontem, achando que atrás da tela tem um bando de pessoas que não entendem nada", atacou Lula.
O presidente comparou o episódio com o do ex-goleiro da seleção do Chile Roberto Rojas, que durante uma partida contra o Brasil em 1989 no Maracanã, válida pelas eliminatórias da Copa do Mundo do ano seguinte, fez um corte proposital no supercílio quando um foguete foi lançado por uma torcedora no gramado.
O jogo foi suspenso e, depois que a farsa foi descoberta o Chile, que precisava da vitória para se classificar para o Mundial, foi declarado derrotado e foi suspenso dos Mundiais de 1990 e 1994. Rojas foi banido do futebol e anistiado anos depois.
(Reportagem de Sinara Sandri)